Entardecer do meu rio Jacuí...

Entardecer do meu rio Jacuí...
.. posso te afirmar que ¨contar histórias é trazer à baila, trazer à tona¨. Não é uma atividade inútil. Embora haja intercâmbio de histórias, quando duas pessoas trocam histórias como presentes mútuos, na maior parte dos casos elas chegaram a se conhecer bem.Alguns deitaram com a história e descobriram dentro de si mesmos e em profundidade todas as partes que se harmonizavam. Ao lidarmos com palavras e histórias estamos trabalhando com energia arquetípica, que é muito similar com a eletricidade.
Bem-vindo!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Supostas perdas




Ninguém perde ninguém.
Nós também, não deixaremos de ser quando julgarem que já somos. Em algum lugar estaremos.
Na platéia, angustiado, procuras o que não tens. Choras. Tentas encontrar forças. Rezas lástimas. Olha retratos. Na memória, frases que amores distantes escreveram.. Introjetadas, volta e meia, retornam. Tangidos pela misericórdia divina, são pedaços do todo voltando na afirmação de não terem sido.
Por que pensamos em perdas de amor?
Porque é humano.
Olha nos bastidores da tua mente, teus amores estão lá, intocados. Ao lado Dele. Velando por ti. Por nós. Quando só pensamos nas perdas, momentaneamente esquecemos de Deus.
Por que estranhos caminhos Deus nos leva?
Na verdade, se desejamos sobreviver, e desejamos, há que insistir. Quanto mais longa e penosa for a caminhada, maior deverá ser a reserva de energias. E, nesta hora, é imprescindível que tenhamos fé. Ele traça o melhor rumo.
Viver é ser grato a Deus. Lamentar-se é morrer todos os dias. Há nova vida em cada amanhecer e, mesmo morrendo, nascemos, uma vez mais, para a eternidade.
Enquanto nossos passos avançam rumo ao amanhã, o cortejo de quantos chegaram lá, aumenta.
Amigos mortos? Não os vejo assim.
Contam histórias. Mostram rastros dos momentos felizes e dos nem tanto. Espargem luzes. Guardam rotas. Clareiam a estrada.
Jesus marca o antes e o depois. Contaram tempo. Os outros. Ele não.
Quem sabe ser finita a vida, nunca a existência, agradece a bagagem de cada ano. Tens a idade da vida. E, se fores sábio, vivendo o teu dia sem choques interiores gastando insuspeitadas forças, o tempo não contará.
Somos eternos fins e imparáveis recomeços. Nascer, significa acordar para a finitude. Morrer, desabrochar para o amanhã.
Somos pequenos ante os desígnios do Criador. Frente ao que está determinado, nada resta, salvo a submissão respeitosa.
E assim, também, devemos terminar a tarefa do dia. Batidos, cansados, exigidos em todas as nossas reservas, mas mobilizados em prece.
Amanhã será outro dia.


( Uma homenagem simples, mas de coração aos amigos que partiram).

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Meninas más

O que leva as mulheres a somente saborear uma vitória se o perdedor também fica alegre?

Já reparaste que as mulheres precisam de absolvição para tanta coisa?

Temos medo de viver nossos conflitos. Tememos ser injustas ou egoístas, podemos até tomar a iniciativa, defender nossos interesses, lutar pelo que é nosso, mas logo em seguida nos sentimos culpadas.

Culpadas?

Mas o que nos faz acreditar que somos responsáveis pelo bem-estar da alma, pelo conflito e pela felicidade dos outros? O que nos leva a sempre abrir mão?

A mulher precisa gostar de si. Também é necessário perdoar seus próprios erros, aceitar que os outros fiquem chateados. Não interessa nenhum pouco se os outros gostam da gente. Mulheres têm que parar de buscar o homem perfeito se quiserem ser felizes no amor. E tem que saber que também não perfeitas. Ninguém é.

Agradar a todos é um bloqueio que atinge as mulheres principalmente, temos que nos libertar do que os outros pensam. Colocar nossos próprios limites. Quem não se defende, não vai em frente.

Sei que muitas de nós lembram da fase agitada da juventude, quando subiam em árvores, matavam algumas aulas, pulavam a janela, namoravam escondido, eram ousadas, tinham auto-estima, eram fortes e não desistiam facilmente de seus planos e sonhos. Praticamente toda mulher tem este tipo de lembrança.. Mas hoje parece cuidadosa em excesso, indecisa, transformou-se numa mulher hesitante. Abriu mão de muitas coisas.

Mas onde está escrito que mulher é sinônimo de boazinha?

Precisamos de um pouco mais de coragem para termos, ao menos, mais saúde física e emocional. Diga o que quer, seja clara e inequívoca. Reate os laços interiores com aquela época anterior às dúvidas. Quantas depressões. Quantas indiferenças. Tanto faz como tanto fez... Síndromes do pânico e tantas outras mazelas que se instalaram sobre nós. Estamos amordaçadas por nós mesmas e por um comportamento dito social. Por que só nós temos que nos preocupar com o social?

Nós temos uma auto-imagem da qual não queremos abrir mão – alguém compreensivo e gentil – mas também temos que nos impor. Só que para fazer omelete, temos que quebrar os ovos.

Achamos que risco é um conceito de conotação negativa associada a perigo e perda. Mas veja bem, não há ganho sem riscos!

Mais uma coisa: aprenda a ignorar!

As pessoas julgam muitas pessoas durante a vida. Julgam os atos e até as motivações dos outros, como se soubessem quais são! Julgam a cor da pele, a linguagem corporal e o odor pessoal. Julgam histórias e relacionamentos. E até valores de vida. Mas qual é o critério em que tu baseia teus julgamentos? Julgar exige que tu te consideres superior a quem tu julgas.

O sistema do mundo é o que é. As instituições, as ideologias e todos os esforços vãos e inúteis da humanidade estão em toda parte e é impossível deixar de interagir com tudo isso. Não devemos julgar.

Enfrente o medo de sair do escuro, peça perdão e deixe que o perdão cure. Quando fizer outra besteira, peça perdão de novo. É um processo. As mentiras causam danos e dor a outras pessoas.

Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu fraca diante das dificuldades. Viver é isso: um jogo contínuo de frustrações e satisfações. Todos têm dentro de si o bem e o mal. Demônio é aquilo que faz mal aos outros e, principalmente, a ti mesmo. Mas isso não quer dizer que tu tenhas de sair por aí agradando todo mundo.

E por último, quero dizer que uma briga é como uma tempestade : limpa a atmosfera, remove os galhos mortos e secos.

Largue a malinha dos panos quente e lembre-se que desabafar é bom, não tenha medo do êxito. Sucesso.

domingo, 1 de maio de 2011

Triste..

Hoje eu encontrei você triste.
Você não me disse e eu já havia percebido.
Era a mesma tristeza que vinha de tempos em tempos lhe visitar.
Hoje mais uma vez ela despertou e você se recostou no seu mundo de buscas, sim, por que você tinha um mundo só seu, o seu mundo que ninguém conheceu.
Você procurou apoio dentro de si mesma.., mas não encontrou. E então você foi se sentindo mais vazia.., mais só.
Procurou alguma coisa para fazer, talvez apagasse esse momento, já tinha conseguido de outras vezes. Mas não adiantou, dentro de você as coisas não mudavam.. seus pensamentos continuavam.
Aí você resolveu sair, perambular pelas ruas da cidade onde você tinha aprendido a amar. Encontrou com os amigos, pessoas que lhe queriam bem. Eles sorriram para você e sem perceberem o que se passava, contaram as últimas, deram gostosas risadas, marcaram outro encontro e se despediram. Você tentou sorrir para eles, mas não adiantava, você estava muito diferente.
Algo desconhecido de todos se passava com você...parecia que o amor de tantos anos estava morrendo..
De repente, você olhou para os lados e percebeu que estava só, buscava alguma coisa, mesmo sabendo que no fim ficava só.. e tinha mais uma vez que recomeçar. Mas você descobriu que é muito difícil recomeçar quando já não se acreditava em mais nada.
Você olhou o infinito desanimada.. e com medo do que você estava deixando morrer, chorou.
Agora você estava pronta para recomeçar. Até que essa tristeza que só as lágrimas conseguiam adormecer, num dia qualquer voltasse.
Quem é você?
(

02.05.2011 / 20 minutos)

Saudade

...(como poder retribuir a esse sentimento?)


SAUDADE


A CAUSA DA SAUDADE É SABIDA
DISTÂNCIA, AUSÊNCIA
QUANDO SE AMA NÃO QUEREMOS A SAUDADE SENTIDA
SOMENTE PRAZER, DEDICAÇÃO, CUMPLICIDADE NA ESSÊNCIA


QUE RESPLANDEÇA O AMOR SEM SOFRIMENTO E DOR
QUE TRAGA ALEGRIA SEM TRISTEZA
QUE A BELEZA DOS CORPOS NUS EXALA O ODOR
QUE EMBRIAGA E ENALTECE A BELEZA


BELEZA INTERIOR QUE É O QUE IMPORTA
SEM OBSERVAR PADRÕES CONSERVADORES
E NEM OLHAR EM VOLTA
SOMENTE AQUILO QUE AGREGA VALORES


AMO E NÃO TENHO VERGONHA DE EXPRESSAR
AMO PORQUE QUERIA AMAR
PEDI, IMPLOREI A DEUS POR ESSA CHANCE
FUI ATENDIDO NOS ANSEIOS QUE ESTAVAM DISTANTES


NÃO SABIA O QUE ERA AMOR
NÃO SABIA SE ERA POSSÍVEL
NÃO SABIA QUE ERA GOSTOSO E SEM DOR
NÃO SABIA DO PRAZER DO DIA A DIA


MAS EU SABIA QUE DEVERIA EXPERIMENTAR
MAS SABIA QUE ERA FUNDAMENTAL
E QUERIA ALGUÉM PARA TER AO MEU LADO
ALGUÉM QUE EU POSSA AMAR E SER AMADO


ENCONTREI MINHAS ASAS DA PAIXÃO
QUE ME LEVAM A MAIS NOBRE SENSAÇÃO
E QUERO LOGO IR AO TEU ENCONTRO
PORQUE ESSA SAUDADE ME DEIXA TONTO
(C. A. Lumertz)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os sem tesão




Há pouco tempo li que existe um movimento assexual ganhando visibilidade.
Pessoas assexuadas?
O que faz uma pessoa renunciar ao desejo? Ao apelo da carne e à tão debelada e propalada teoria de que somos “animais”? Coisa biológica.
Cresci escutando histórias de casais que faziam sexo sem amor, apenas por necessidade biológica, afinal, eram bichos! Lembrei de um amigo que já foi para outras paragens e que certa feita me disse :
– “ Rê, eu até que já estaria pronto para ir falar com São Pedro, acho que lá deve ser um lugar legal, mas..., sabe por que estou ainda apegado à matéria? Por que dizem que lá não tem sexo e nem beijo na boca, todos irmãozinhos, como vou viver num lugar assim? Sem sexo, eu não vivo! “

Mas ouvi alguém dizer que não sente desejo ou vontade de fazer sexo é esquisito. Não ter atração nem por homens e nem por mulheres. Assexualidade. Hummm..
Isso não significa celibato.
Será patológico? Distúrbios? A sexualidade faz parte da construção da identidade da pessoa e a inexistência da atração sexual pode ser patológica, acho eu. Produto de abuso, medo, repressão, decepção.
O mais chocante (para mim é, ainda sou do tempo dos animais..) é que essa assexualidade está aumentando entre os jovens. É simplesmente não ter vontade. Essa recente visibilidade de indivíduos que afirmam não sentir desejo ou atração sexual, sem que isso lhes cause angústia ou desconforto, traz à ciência o desafio de estudar sexualidade, partindo de novos paradigmas.
Eles dizem que não é uma escolha, não é uma decisão e sim, um modo de ser.
Assumir-se assexual é um ato de coragem. É mais difícil do que se assumir homossexual.
É, meu amigo Nei Gonçalves deve estar dando risadas de mim... Ele se foi e eu fiquei num mundo que está se transformando rapidamente naquilo que a gente lia nos gibis do tipo “jornada nas estrelas” , pessoas robóticas, azeitadas em seus parafusos e dobradiças fazendo “ bizt” ao se virarem..
É verdade então..,ficaremos também sem sexo! Governo fdp! Até o sexo vão nos tirar. Agora acabou. Deve ser algum hormônio que estão injetando na ração dos frangos. Adeus mundo cão!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Teu olhar..


Quem calou o riso?

Quem feriu assim de morte?

Quem vestiu a mortalha da dor?

De que lua minguante
carregaste todo este pesar?

De que estrela distante
trouxeste tanta saudade no olhar?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

" Quando o dia vem..., deixo você ir.."

Abro os olhos. Ainda escuridão.
A noite foi escura.
E quando a noite vem fico louca prá dormir
Só prá ter você nos meus sonhos
Me falando coisas de amor..
Rolo na cama, debaixo do cobertor
Teu rosto me persegue
Teus olhos me seguem
Me sentir completa?

Viajarmos juntos
Aproveitando tudo
Amanhã vai ser melhor que hoje
Cada um com seu jeito de ser
Mas ligados no mesmo destino.

É tão bom ter alguém por perto
Com amor
Feito eu e você.
(Para Lumertz)

sábado, 9 de abril de 2011

Direi?

..

Não, eu não vou dizer que te esperava...
como não direi também
seres tu quem eu buscava..

Direi apenas
que encontrei o teu sorriso,
que morri no teu olhar,
que tua tristeza quase calma
é doce, ainda que triste...

Direi apenas
que foi bom ter te encontrado!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Você, tão especial!

Quando meus olhos te encontraram, a primeira coisa que vi foi o teu sorriso.
Sorriso de menino. Sorriso de boas vindas. Sorriso de feliz.
Quando os meus lábios te encontraram, a primeira coisa que senti foi o gosto bom.
Gosto de alegria. Gosto de química. Gosto de desejo.
Tuas mãos longas e bem desenhadas acariciavam o volante do carro. Ele obedecia aos teus desejos, feliz por estar contigo. Parecia uma simbiose perfeita. Não lembro muito bem do trajeto. Além de ansiosa, estava encantada.
Não imaginei que ia gostar tanto. Alguns sentimentos se levantaram dentro da blusa.., uma sensação quentinha se espalhou pelo meu corpo.(Isso não vai ser fácil).Minhas defesas apresentaram armas e eu busquei os defeitos. Sim, tem que ter defeitos! Certamente logo eu os veria. Aguçei os sentidos. Logo chegariam os defeitos. Lembrei das armas, num relance repassei através da memória: meu escudo, minha frieza, minha espada longa e fina, a ironia, a a certeza de que a decepção logo viria.
Tu me olhaste e os teus olhos estavam desarmados, entregues, perscrutando minha posição no banco do carro. Pegaste a minha mão, afastando a bolsa que providencialmente eu havia colocado em defesa estratégica, risos.. jogaste a bolsa no banco de trás, destruindo assim minha barricada.. Assim tão natural, tão impetuoso, tão simples..
Conheço minhas entranhas e conheço bem o sofrimento.Tento novamente,sempre. Mas iludo-me que a próxima vez será bom. Desta vez, minhas certezas estavam soçobrando.. Preciso tomar um gole de água, colocar as mãos no colo e assumir o controle da situação..,como sempre. Tento. Não consigo.
A tua naturalidade e a maneira como colocaste tudo me mostrou que estavas mais bem preparado que eu.
De noite, na tua cama, olho para a claridade da persiana, em busca talvez, de uma explicação.Viro meu rosto e encontro o teu, dormindo mansamente, ressonando bem baixinho, com ritmo e graça. Olho teu corpo descoberto, o lençol jogado, bem devagar passo a mão em teu peito, cuidando para não te acordar..,pele lisinha, calorzinho gostoso.. Parecendo adivinhar que eu te acariciava e buscava dentro de mim uma explicação para minha agitação interior, abraçaste meu corpo e ainda dormindo, murmuraste palavras de carinho e de aconchego , encaixando-se em mim..
Na volta, dentro do ônibus,analisei minha pele, olhei minhas maos, cheirei meus cabelos, procurei pelas armas..
Não sei se nos veremos novamente. Hoje nada é falado. O medo dos vínculos toma conta de nós, calamos e sofremos.Somos inseguros até mesmo para dizer que gostamos ou amamos, temos medo que o outro mal nos interprete, tememos que o outro nos faça sofrer e nos ridicularize.. Mas não temos vínculos!
Não sei se temos um sentimento. Não sei se teremos outra chance. Talvez um de nós morra amanhã! Mas eu quero te dizer que não importam mais as armas, não importa o medo, não creio mais no sofrimento,quero me libertar desse sentimento de preservação e quero que tu saibas que eu te amei muito naquela noite e naquele dia. Talvez como nunca tenha amado antes. Com verdade,com vontade,com realidade e principalmente com muita emoção, me jogando de cabeça naquele abraço gostoso, naquele sorriso, na maneira como cantavas, feliz, dentro do carro na volta.
Vou apenas dizer que foi bom ter te encontrado.
Obrigada por teres existido. Pelos beijos que demos.Pelo teu jeito de menino.Pelo teu modo simples de viver.Pelo teu toque carinhoso.
E dentro da hora morta, e dentro da escuridão, e dentro da borrasca, eu só queria te dizer do meu amor.(31 de março 2011)

segunda-feira, 28 de março de 2011

Tristeza





Hoje eu encontrei você triste. Você não me disse e eu já havia percebido. Era a mesma tristeza que vinha de tempos em tempos lhe visitar.
Hoje mais uma vez ela despertou e você se recostou no seu mundo de buscas, sim porque você tinha um mundo só seu, o seu mundo que ninguém conheceu.
Você procurou apoio dentro de você mesma..., mas não encontrou. E então você foi se sentindo mais vazia, mais só.
Procurou alguma coisa para fazer, talvez apagasse esse momento, já tinha conseguido de outras vezes. Mas não adiantou , dentro de você as coisas não mudavam.., seus pensamentos continuavam.
Hoje ela voltou mais uma vez. Fazia tempo que não aparecia. Envolta em gazes violáceas, escondendo-se por entre as dobras do fino tecido transparente. Aparecendo e desaparecendo fazendo seu peito pulsar dolorosamente. Rindo e declinando olhares lânguidos de certezas, espertamente lhe fazendo olhar para trás, deixando ver a porta entreaberta.
Aí, você resolveu sair, perambular pelas ruas da cidade onde você tinha aprendido a amar. Encontrou com os amigos, pessoas que lhe queriam bem. Eles sorriram para você e sem perceberem o que se passava, animados contaram as últimas, deram gostosas risadas, marcaram outro encontro e se despediram. Você tentou sorrir para eles, mas não adiantava, você estava muito diferente.
Algo desconhecido de todos se passava com você... parecia que o amor de tantos anos estava morrendo. Uma casa velha , vazia e desabitada, assim você estava se sentindo.
De repente você olhou para os lados e percebeu que estava só. Buscava alguma coisa, mesmo sabendo que no fim ficava só... e tinha mais uma vez que recomeçar. Mas você descobriu que é muito difícil recomeçar quando já não se acreditava em mais nada.
Você olhou o infinito desanimada.. e com medo do que você estava deixando morrer, chorou. Só e desesperada como uma folha no outono.
Então você sofreu, pois o amor que existia dentro de você não queria morrer. Era teimosia ou heroísmo, não sei.. Porque era espantoso olhar dentro de você, olhar sua tristeza, e constatar que o amor era o mesmo, como se acabasse de nascer. E então eu descobri que você resistia porque vivia recordando. E ao recordar voltava a viver, porque você só vivia quando recordava.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A mulher loba



Ser mulher é mágico, é doce e ao mesmo tempo é forte. E não é por acaso que as regiões agrestes e ainda intocadas desaparecem à medida que fenece a compreensão; não é tão difícil compreender por que as velhas florestas e as mulheres velhas não são consideradas reservas de grande importância. Não é coincidência que os lobos e coiotes, os ursos e as mulheres rebeldes tenham reputações semelhantes. Todos eles partilham arquétipos instintivos que se relacionam entre si, e por isso, muitas vezes, tem a reputação equivocada de serem cruéis, inatamente perigosos, além de vorazes. A mulher moderna é um borrão de atividades. Sofre pressões no sentido de ser tudo para todos.
Todas nós mulheres, temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos.
O estudo dos lobos é como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta. Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum, tem percepção aguçada, espírito brincalhão e elevada capacidade par a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São intuitivos e tem grande preocupação com a matilha. Tem experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação .Tem uma determinação feroz e extrema coragem. Mas desconheço duas espécies tão perseguidas e acossadas!
Cresci entre bosques e pomares, campos e pequenos riachos. Onde os trovões e os relâmpagos eram o meu principal alimento.Os milharais da horta estalavam e falavam alto à noite. Eu não era bonita, nem mesmo uma menina comportada em rendados vestidos com topes de fita. Não, meu único desejo era perambular por entre os pés de milho da horta enorme, me esconder entre os caules das árvores do pomar, roçando meu rosto nos troncos nodosos.., escutando os gafanhotos à noite, perseguindo vaga-lumes. Preferia o chão, às mesas e cadeiras., gostava de observar as estrelas, as árvores, os pássaros, as cavernas e as borboletas porque nesses lugares eu sentia como se pudesse encontrar com Deus.Os campos precisavam de alguém que caminhasse neles quando escurecesse para que pudessem farfalhar seus arbustos, conversando baixinho. Tive a sorte de crescer na natureza. Lá, onde os raios me falavam da morte repentina e da evanescência da vida. Aprendi a amar as borboletas e os vaga-lumes. Minha própria geração cresceu numa época em que as mulheres eram infantilizadas e tratadas como propriedade. Elas eram mantidas como jardins sem cultivo, mas felizmente sempre chegava alguma semente trazida pelo vento...
Aqui estou eu. Classificada, algumas vezes, de louca, efervescente, corajosa. Mas busquei sempre a essência do amor e da felicidade. E se encontro essa felicidade hoje olhando esse lago, deitando na grama e escutando o barulhinho que ela faz para crescer, me sinto infinitamente livre. Posso sentar na cauda de um cometa.Posso ficar por horas olhando o firmamento e conversando com as estrelas.Posso ficar escutando o barulho do vento e da chuva se batendo contra a vidraça da janela.Infinitamente livre.Infinitamente completa. Infinitamente realizada. Infinitamente loba.
Amo ser mulher. Amo ser essa loba.

terça-feira, 8 de março de 2011

Chapéus




Estou descendo a Rua Júlio de Castilhos e desde as 5 Esquinas já contei 4 mulheres usando chapéus. Mulheres de estilo, inserção social e vidas diferentes, mas todas de chapéus. Palha, crochê, feltros, beges, brancos, abas largas, abas curtas, com laços ou não.
Eu adoro chapéus.
Quando era adolescente já usava boinas, chapéus e bandanas. Bonés, não. Bonés são feios, não tem “ feeling” , carisma e estilo. Mulheres de bonés parecem meninos travessos. Se são jovens, ainda passa. Se são maduras.., esquisito. Mas mulher de chapéu é “mara”!
Às vezes penso que gostaria de ter nascido em outra época. Dos chapéus. Dos galanteios românticos, das sinhazinhas, das músicas eloqüentes dos amantes, daqueles que faziam greves de fome por um amor não correspondido. O frêmito dos corações quando ele nos convidava a dançar, o “elevador” que subia e descia doidamente no estômago quando mãos se tocavam, espíritos e almas entravam em frenesi.
Hoje a música é do rock das cachorras (?). Eles se requebram e se desengonçam feito piorras em desabalados rodopios. Bem, se as músicas não são as mesmas, pelo menos os chapéus estão de volta.
Depois da década de 30 os chapéus passaram a ser encarados como um acessório de vestimenta e proteção. Nos países tropicais, o uso do chapéu tem função protetora contra o sol e contra intempéries. Nos países de climas frios, o chapéu tem uso mais freqüente, sobretudo como proteção ao vento e temperaturas baixas.
O chapéu é também um acessório importante de vestimenta para caracterizar personalidade de uma determinada pessoa através de suas diferentes formas, materiais e cores.
Pois é, eu também tenho um chapéu(um não, tenho vários). Mas o que mais me chama a atenção é que cada vez que saio à rua com o dito cujo, as pessoas ficam olhando. Será que nunca viram um chapéu? Sinceramente não faço idéia. Mas não acho muito normal que cada vez que alguém use um chapéu, pessoas parem para olhar. Não é que eu me sinta mal ao fazer parar o trânsito e despertar alguns olhares curiosos a minha volta, mas tudo por causa de um chapéu? Francamente.
Acho que se perdeu o velho hábito de usar chapéus neste país. Antigamente homens e mulheres usavam chapéus, tudo muito lindo. Noutro dia, num enterro às 10 horas da manhã, vi várias pessoas usando chapéus, homens e mulheres, apesar da tristeza, estavam lindos..
Enfim, usar chapéu já não é o que era, a tradição já não é o que era, as músicas já não são o que eram, os amores já não são o que eram e a vida talvez, tenha ficado um pouco mais sem graça.
Claro, que eu continuo a usar chapéus, desde sempre, inverno e verão.

“Warning”
“Quando ficar velha, quero vestir roxo com chapéu vermelho que não combina e fica ridículo em mim” ( Jenny Joseph, escritora americana)

quinta-feira, 3 de março de 2011

ROBERTO




Ele entrou na minha sala e jogou-se sobre uma cadeira. Parecia triste. Esperei seu pai também sentar-se e durante os cumprimentos, fixei meus olhos naquela figura. Era gordinho. Não, usamos eufemismos para minimizar uma situação e para sermos falsamente gentis, ele era gordo! Muito jovem, talvez 13 anos. Usava roupas largas e muito frouxas sobre seu corpo suado. Cabeça baixa. O pai então falou: meu filho estava com uma faca na escola por que estava pilchado, e pilcha requer todas as indumentárias. Ignorei aquele comentário desnecessário, tentando diminuir a responsabilidade do menino.
Qual é o teu nome? Roberto.
Roberto, como saístes de casa com uma faca e teus pais nem notaram? Mais uma história de abandono, de carência e de falta de amor.
Ele me explicou tropegamente que era rotulado na escola e que todos os meninos o chamavam por apelidos pejorativos e destruíam assim a sua já baixa autoestima; na última semana tinha sido ameaçado por outros garotos que prometiam lhe bater muito.Por isso armou-se com uma faca que escondeu na mochila e depois dentro da cueca.
O bullyng ( casos em que crianças e adolescentes são vítimas de agressões física ou moral) ganhou recentemente uma versão tecnológica.. O cyberbulling acontece na forma de mensagens negativas em sites de relacionamento, blogs, fotoblogs, e-mails ou em torpedos, através do celular. Essa versão não tem fronteiras e não aceita limites. “ O bullying tradicional é pontual, ou seja, ocorre naquele momento e tende a acabar” (médico pediatra/Aramis Lopes) O cyberbullying é muito mais nocivo e abrangente, pois antes, a vítima era atacada somente na escola, agora com a internet, os perseguidos não se sentem mais seguros em nenhum lugar.
Quem são os verdadeiros culpados pelos atos violentos cada vez mais comuns na juventude? Os pais? Onde a família pode estar errando? A família tem um papel muito importante com função espetacular, pois é uma espécie de espelho no desenvolvimento da personalidade dos filhos. “Se não receberem e aprenderem o que é afeto, carinho, bem-querer e compaixão, desenvolverão frieza afetiva, intolerância, frustrações e incapacidade para suportar diferenças, sendo extremamente egoístas e patologicamente narcisistas”.
Nos últimos tempos, os pais têm repassado essa função para os professores, isso mostra que nestas famílias não há um lar estruturado, nem amor. Não existe dificuldade de diálogo entre as gerações; existe sim, uma confusão de sentimentos possessivos, tais como, ciúme, inveja e raiva. Isso desespera os indivíduos. As pessoas geralmente ocultam esses sentimentos. Mas pensam que ocultam. Por isso as relações com os filhos tornam-se uma farsa, daí, os descendentes “farsantes”.
Atualmente tanto os jovens dos morros quanto os do asfalto apresentam o mesmo linguajar, atitudes, roupas, bagunças, pichações, vandalismos. Essa desigualdade provocou a igualdade. Os jovens do morro têm liberdade, mas desejam o dinheiro que não possuem; os ricos do asfalto têm dinheiro, porém falta a suposta liberdade e libertinagem.
O pai de Roberto falava, falava e falava. Pedi que se calasse. Sua função naquela sala era apenas acompanhar. Roberto era quem tinha que falar; se colocar, se mostrar e saber que naquele momento ele era notado e recebia atenção sobre si e sobre suas palavras.
Lembrei de uma frase, acho que do rapp MV Bill ou do Falcão que diz mais ou menos assim “ quando um garoto pega um fuzil e vai para o semáforo assaltar , naquele momento ele diz: hei, olha pra mim, eu estou aqui; está me vendo agora?”

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Precisamos conversar...





“Precisamos conversar”.
Admito que esta é uma das nossas armas mais poderosas. Sabemos que os homens tremem nas bases quando suas mulheres pronunciam essa frase, aparentemente inofensiva. A primeira pista de que eles estão prestes a encontrar problemas é o ar solene com que as palavras são ditas. Olhos nos olhos e tom de voz formal não deixam margem a dúvidas. Quando eles pressentem que a coisa vai rolar, acredite, o sangue deles gela nas veias. Porque para os homens, a frase tem a seguinte tradução: “ Meu bem, você está encrencado....”.
O fato é que eles aprendem, em alguns momentos da vidinha deles a “enxergar” no convite o prelúdio de más notícias. Pode significar, por exemplo, que as mulheres vão dizer o que há de errado com eles. E por mais bem-intencionadas que estejam o risco de que o diálogo evolua para um monólogo recheado de acusações é grande. A coisa pode começar com outra observação menos elogiosa e, de repente, descambar para uma torrente incontrolável de críticas. Como nenhum deles gosta de ver suas falhas apontadas eles procuram claro, fugir da raia.
No começo do namoro, eles tentam escapar por outro motivo. Sabem que lá vêm manifestações de ciúmes. Desconfiada, ela estava sempre querendo saber quem era aquela garota que ele tinha cumprimentado na festa, o que fazia, quantos anos tinha...
Outro receio que povoa a mente masculina é o de dizer a coisa errada, ou melhor, não dizer a coisa certa. Vamos supor que um casal esteja às mil maravilhas e, de repente, ela cisme em conversar. No fundo, a mulher só quer que seu namorado reafirme seu amor. Mas o pobre diabo, desprovido de intuição, deixa de lado as palavras mágicas ¨...eu te amo...”. Pronto. Por um equívoco, pode acabar dançando....
Os cientistas costumam atribuir esse problema aos hemisférios do cérebro, já que pelo visto, masculino e feminino trabalham em quadrantes diferentes....
Nós mulheres, temos a maior facilidade de verbalizar emoções, enquanto que os pobrezinhos costumam pensar no lado mais prático das coisas. Por isso, eles pensam que correm mais riscos. Qualquer palavra em falso e pimba! (eles podem ser nocauteados...)
“Precisamos conversar” também pode ser a introdução para algo bem menos agradável, como “estou apaixonada por outro..”, “acho mellhor terminarmos” ou “quero que você me dê o divórcio”. No caso dos solteiros, essas duas palavrinhas fatais muitas vezes são um sinal de que o sujeito vai ouvir o apelo ao compromisso mais sério...
Bom, até aqui procurei mostrar que eles, os homens, têm motivos para evitar o diálogo. Medo de críticas (eles odeiam ser criticados..) , medo de intimações, medo de ficar com o coração partido.... Mas sei que para as mulheres “precisamos conversar..”, é acima de tudo um apelo a uma maior intimidade. Um modo de assegurar que há uma verdadeira troca na relação. Quando eles percebem isso, perdem boa parte de seus medos e conseguem abrir um novo canal de comunicação com as mulheres. Apesar de que, um deles me confessou que às vezes, quando ela o chama, ainda fica nervoso _ e, não raro, lhe dá a maior vontade de fingir que não a ouviu!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A taquareira e as formigas

O que eu estou fazendo aqui? Que saco.
Enquanto puxava a gola do casaco contra o pescoço na inútil tentativa de driblar o vento frio da noite, pensava na minha cama quentinha e na segurança da minha casa. Mexi com os pés na esperança de “ desaformiga-los “ . Por que me posicionei neste lugar? Bem debaixo de uma taquareira! Meus conhecimentos rurais não continham informações de que “ taquareiras” pingam..., ufa.
Olhei novamente para o horizonte, para o breu da noite, mal divisionando a cerca e a porteira da propriedade em frente. Alguns colegas também se posicionaram enrustidos no manto da noite para surpreender os abigeatários.
Tivemos a informação de que naquela noite o capataz de uma fazenda faria vistas grossas e permitiria que o capataz da fazenda lindeira “ tirasse” por ali algumas cabeças de gado do patrão( falecido, por sinal), vendendo-a na calada da madrugada. Na verdade, eles já haviam feito à passagem dos animais naquela tarde e os mesmos estavam escondidos bem no fundo do campo. O negócio era esperar o comprador que deveria chegar a qualquer momento para levar o gado. Depois certamente, dividiriam os lucros auferidos e logicamente o inocente capataz da propriedade onde os bichos tinham sido surrupiados, registraria um boletim de ocorrência, furto, claro! Omitiria apenas que ele é que tinha furtado.
De repente, no decorrer das minhas divagações, ouvi um tiro. Foi na nossa direção. Passou perto da minha taquareira, um pouco alto talvez. Um dos capatazes, desconfiado andava na escuridão observando a divisa imposta pela cerca de arame e deve ter notado alguma sombra movendo-se. Incrível como faz silencio no campo! Na noite é possível escutar qualquer ruído de um animal ou de uma folha de árvore caindo, imagina de vários policiais esgueirando-se na escuridão e bem próximos da porteira. Calibre 12.
Alguma coisa se movia nas minhas pernas, entre o jeans e pele tinha alguma coisa... Não podia me mover. Experimentei me coçar bem devagar. O capataz agora, andava a cavalo, bem rente a cerca, perscrutando a noite. Eu estava bem defronte a ele, as estrada vicinais são estreitas e a distancia talvez fosse de 30 metros.( nunca fui muito boa de cálculos imaginários). Ah, novamente algo se movia nas minhas pernas, agora era nas duas. Levei a mão esquerda (na direita mantinha o revolver) vagarosamente à coxa na tentativa de neutralizar o que quer que fosse que se movia sobre a minha pele. Apertei firmemente uma prega do jeans na esperança de esmigalhar aquilo.
O capataz voltava, passando novamente junto da cerca. Parecia um sentinela de quartel, ia até um ponto e voltava pelo mesmo caminho.
A escuridão me impedia de visualizar o que estava me incomodando. Perto de mim, dois colegas ajeitavam-se como podiam atrás de um pequeno arbusto. Para meu horror, vi que o ser “ semovente” estava em vários outros lugares das minhas pernas..., são formigas!! Enormes. Será que mordem? Ou será outro bicho?
Já molhada pelas lágrimas da taquareira decidi reavaliar a missão. Esperei o capataz se distanciar e cochichei com os colegas mais próximos e mandei que trouxessem o proprietário da fazenda por onde o gado sairia. Não vamos esperar aqui na estrada.. Vamos entrar, teremos que abortar o fator surpresa ao capataz que esperaria o negociante, mas ainda podemos salvar a “ surpresa” ao abigeatário-comprador. E lá pelas 4 e pouco da manhã, os faróis de seu caminhão iluminaram a escuridão, rasgando o breu da noite ele parou defronte a porteira. Ele tomou um susto e tanto!
Lendo sobre abigeatos e carnes apreendidas na cidade, lembrei dessa missão. Ainda acocorada atrás da taquareira, molhada, cheia de picadas de formigas, jurei que quando me aposentasse da polícia, iria escrever um livro sobre as peripécias que vivi.___________________________________________

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Dormindo com o inimigo




Enquanto Débora me falava, eu notava certo alívio em suas feições. Inchada de chorar relatava o final de sua relação amorosa com João Antônio. João, o psicopata.
Impressionante o número de histórias que envolvem mentes doentias. Quem não viveu esse filme de terror? No início de qualquer relacionamento todos nós tentamos esconder aquele lado “um tanto sombrio”, mostrando apenas o que temos de melhor. Para os psicopatas isso também não é diferente. Eles tendem a impressionar suas vítimas com elogios. São gentis e sedutores. Geralmente tecem histórias falsas sobre seu status social ou financeiro. Devemos acender uma luz amarela quando tudo parece ser tão bom. Sugiro que se avalie muito bem quem é a pessoa com quem você está lidando. Procure saber mais sobre seus familiares, amigos, projetos futuros, emprego, residência. Eles geralmente dão respostas vagas. Inconsistentes ou evasivas. Eles gostam de dar elogios e são bajuladores.
Essas mentes doentias são craques em explorar nosso lado mais vulnerável. Identificam “feridas” e depois as usam contra nós. Eles não amam seus parceiros, os possuem como uma mercadoria ou um troféu com os quais reforçam seus desejos de manipulação, controle e poder. Da mesma forma pais de filhos psicopatas sofrem e se culpam por que se sentem responsáveis pelo desenvolvimento da personalidade de seus filhos. Filhos psicopatas se utilizam muito do jogo de culpa.
As relações afetivas hoje não são mais as mesmas, mudaram com o tempo, transformando o conceito de amor. O conceito antigo de que uma pessoa possa ser a nossa felicidade nasce com o romantismo, mas neste século não tem mais lugar. Não somos metades em busca de outra para sermos completos. A nova palavra hoje é parceria. É muito diferente desejar e precisar. Eu gosto , me sinto bem, me dá paz, mas não preciso. As pessoas não são metades, são inteiras. Não é uma questão de presunção ou egoísmo. O egoísta necessita da energia do outro, mas não ama. Hoje muitas pessoas optam por estarem sós. Quanto mais você for competente sozinho, mais preparado estará para viver com o outro.
Na solidão, a pessoa entende que a paz e a harmonia do espírito podem ser encontradas dentro dela mesma e não do outro.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Eu sou o vento

Vento traz
Vento leva
Vento traz você prá mim..

Voe por todo o mar
E volte aqui/ para o meu peito
Pensei que era o vento

Me soltei no ar
Viajei no mar
Passei rente as folhas das árvores
Lambi a areia da praia
Brisa morna

Pedi ao vento prá trazer você aqui
Pedi ao vento prá trazer você prá mim
Pedi ao vento prá trazer você do Haiti.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O QUE OS HOMENS SENTEM QUANDO ESTAO APAIXONADOS?

"..de repente ele compreende o sentido da vida, consumido por uma mistura de felicidade e dor.."

" desespero e prazer, um homem louco de amor pode esquecer a comida, os amigos e até o futebol!!"

Sei que pode parecer estranho. A maioria dos homens não se comporta de forma romantica ou sentimental. Tu não vais encontrá-lo folheando revistas de noivas ou soluçando enquanto assiste " e o vento levou..." .
Mas essa postura controlada não significa que eles não sintam, lá no íntimo, todas essas emoções.
O amor é uma coisa esplendorosa. E também dolorosa, terrível, hipnótica, desesperada e incendiária.
É coisa de macho.
Porque quando um homem se apaixona é com tanta intensidade quanto as mulheres. Se não for mais.
A grande diferença é que o homem disfarça seu sentimentalismo com um verniz de descaso machista. Isso porque é inadmissível chorar, ou suspirar, na frente dos amigos. Quando ele se apaixona, fica tão deslumbrado quanto os adolescentes - mas jamais confessa aos seus amigos. Ele pensa que os parceiros ririam dele se dissesse que alguma coisa o atingiu quando a viu num vestido vermelho. O sorriso dela derreteu aquele coração machista. Verdade. Ele tinha todos os sintomas de um flechado pelo Cupido : boca seca, sem apetite, o tempo para.. Essa estranha sensação é muito comum em homens apaixonados.
Ele se chamava Paulo.
" Quando conheci vera, fiquei entorpecido. O tempo parou de fazer sentido. Eu via as pessoas cuidando de suas vidas, enquanto eu, flutuava. Me vi no MacDonalds, olhando o nada, pensando nela, sem roupa, quando notei a irritação da fila que se formava atrás de mim..."
Parece familiar.
" Durante 11 meses de paixonite pela garota de vermelho, me senti como num sonho. E foi maravilhoso. A realidade da vida trivial parecia insuportável. Eu só pensava nela. Numa oportunidade quando ela viajou, saqueei seus pertences e encontrei um casaquinho, fiquei cheirando só para me lembrar da presença dela" .
Será isso ridículo ou extraordinariamente delicioso?
É assustador.
Quando os homens se apaixonam, eles se sentem nulos, paralisados. Ficam bravos por sentirem-se indefesos, sem nenhum poder sobre suas vidas. Ficam castrados, perdem a virilidade. As chamadas características masculinas , o interesse pelo futebol, boxe e promiscuidades, por exemplo - desaparecem completamente. Subitamente obscecados por flores, poesias e higiene pessoal - qualidades que são francamente alienígenas para eles.
Quando os homens se apaixonam é devastador. Todo aquele cinismo, aquela coisa de que amor é frescura, desaparece.. E eles passam de durões, donos da verdade a derretidos e cafonas, capazes de assumir todos os clichês dos filmes água com açúcar. Passeiam de mãos dadas, passam a procurar uma música romântica no cd. Sentem-se nobres, superiores e únicos na face da Terra.
Os homens vivem para encontrar o amor.
Apesar de toda dor, angústia e a tempestade que um relacionamento pode provocar, todos querem esse sentimento de volta.Recordam cada detalhe do amor.
É como um banho de chuva depois da estiagem.
Recomeçar.
Voltar a amar.
Viva os homens apaixonados!
E feliz daquela mulher.. que gerar esse tipo de sentimento num homem. Com certeza, ela é especial!