Entardecer do meu rio Jacuí...

Entardecer do meu rio Jacuí...
.. posso te afirmar que ¨contar histórias é trazer à baila, trazer à tona¨. Não é uma atividade inútil. Embora haja intercâmbio de histórias, quando duas pessoas trocam histórias como presentes mútuos, na maior parte dos casos elas chegaram a se conhecer bem.Alguns deitaram com a história e descobriram dentro de si mesmos e em profundidade todas as partes que se harmonizavam. Ao lidarmos com palavras e histórias estamos trabalhando com energia arquetípica, que é muito similar com a eletricidade.
Bem-vindo!

sábado, 9 de abril de 2011

Direi?

..

Não, eu não vou dizer que te esperava...
como não direi também
seres tu quem eu buscava..

Direi apenas
que encontrei o teu sorriso,
que morri no teu olhar,
que tua tristeza quase calma
é doce, ainda que triste...

Direi apenas
que foi bom ter te encontrado!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Você, tão especial!

Quando meus olhos te encontraram, a primeira coisa que vi foi o teu sorriso.
Sorriso de menino. Sorriso de boas vindas. Sorriso de feliz.
Quando os meus lábios te encontraram, a primeira coisa que senti foi o gosto bom.
Gosto de alegria. Gosto de química. Gosto de desejo.
Tuas mãos longas e bem desenhadas acariciavam o volante do carro. Ele obedecia aos teus desejos, feliz por estar contigo. Parecia uma simbiose perfeita. Não lembro muito bem do trajeto. Além de ansiosa, estava encantada.
Não imaginei que ia gostar tanto. Alguns sentimentos se levantaram dentro da blusa.., uma sensação quentinha se espalhou pelo meu corpo.(Isso não vai ser fácil).Minhas defesas apresentaram armas e eu busquei os defeitos. Sim, tem que ter defeitos! Certamente logo eu os veria. Aguçei os sentidos. Logo chegariam os defeitos. Lembrei das armas, num relance repassei através da memória: meu escudo, minha frieza, minha espada longa e fina, a ironia, a a certeza de que a decepção logo viria.
Tu me olhaste e os teus olhos estavam desarmados, entregues, perscrutando minha posição no banco do carro. Pegaste a minha mão, afastando a bolsa que providencialmente eu havia colocado em defesa estratégica, risos.. jogaste a bolsa no banco de trás, destruindo assim minha barricada.. Assim tão natural, tão impetuoso, tão simples..
Conheço minhas entranhas e conheço bem o sofrimento.Tento novamente,sempre. Mas iludo-me que a próxima vez será bom. Desta vez, minhas certezas estavam soçobrando.. Preciso tomar um gole de água, colocar as mãos no colo e assumir o controle da situação..,como sempre. Tento. Não consigo.
A tua naturalidade e a maneira como colocaste tudo me mostrou que estavas mais bem preparado que eu.
De noite, na tua cama, olho para a claridade da persiana, em busca talvez, de uma explicação.Viro meu rosto e encontro o teu, dormindo mansamente, ressonando bem baixinho, com ritmo e graça. Olho teu corpo descoberto, o lençol jogado, bem devagar passo a mão em teu peito, cuidando para não te acordar..,pele lisinha, calorzinho gostoso.. Parecendo adivinhar que eu te acariciava e buscava dentro de mim uma explicação para minha agitação interior, abraçaste meu corpo e ainda dormindo, murmuraste palavras de carinho e de aconchego , encaixando-se em mim..
Na volta, dentro do ônibus,analisei minha pele, olhei minhas maos, cheirei meus cabelos, procurei pelas armas..
Não sei se nos veremos novamente. Hoje nada é falado. O medo dos vínculos toma conta de nós, calamos e sofremos.Somos inseguros até mesmo para dizer que gostamos ou amamos, temos medo que o outro mal nos interprete, tememos que o outro nos faça sofrer e nos ridicularize.. Mas não temos vínculos!
Não sei se temos um sentimento. Não sei se teremos outra chance. Talvez um de nós morra amanhã! Mas eu quero te dizer que não importam mais as armas, não importa o medo, não creio mais no sofrimento,quero me libertar desse sentimento de preservação e quero que tu saibas que eu te amei muito naquela noite e naquele dia. Talvez como nunca tenha amado antes. Com verdade,com vontade,com realidade e principalmente com muita emoção, me jogando de cabeça naquele abraço gostoso, naquele sorriso, na maneira como cantavas, feliz, dentro do carro na volta.
Vou apenas dizer que foi bom ter te encontrado.
Obrigada por teres existido. Pelos beijos que demos.Pelo teu jeito de menino.Pelo teu modo simples de viver.Pelo teu toque carinhoso.
E dentro da hora morta, e dentro da escuridão, e dentro da borrasca, eu só queria te dizer do meu amor.(31 de março 2011)